A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas-PA) lavrou, no sábado (16/6), mais um auto de infração contra a refinaria Hydro Alunorte, em Barcarena. A equipe de fiscalização do órgão aplicou a medida após identificar novos derramamentos de resíduos na área do Depósito de Rejeitos Sólidos n° 2 (DRS-2) da empresa. Com as chuvas na região, este material foi conduzido para outras áreas, em desacordo ao projeto licenciado pelo órgão ambiental. O valor da multa ainda está sendo calculado pelo departamento jurídico da Semas.
Na quinta-feira (14), Ministérios Públicos Federal e Estadual do Pará (MPF e MPPA) receberam uma denúncia de que estavam ocorrendo novos vazamentos na área do Depósito de Rejeitos Sólidos n° 2 (DRS-2) da refinaria de alumina Hydro Alunorte e de que também estaria ocorrendo uma movimentação de maquinário no local. Então, o Ministério Público requisitou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas), à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), ao Centro de Perícias Renato Chaves, ao Instituto Evandro Chagas (IEC) e aos técnicos do Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar (Gati) que fossem ao local constatar a situação.
O Instituto Evandro Chagas (IEC) coletou amostras de água para análise, pois existia uma área bastante inundada. A fiscalização da Semas notificou a Hydro a apresentar, por escrito, a defesa no prazo de 15 dias corridos.
Em nota, a Hydro Alunorte informou que não houve contato da água de chuva com resíduos provenientes do processo industrial e que não há evidências de que o escoamento atingiu o igarapé Água Verde situado nas proximidades. “A Alunorte realizou a análise de amostras da água confirmando valores de pH normais, comprovando que não houve contato com resíduos de bauxita”, afirma a refinaria.
Ações e multas contra a Hydro
Nos dias 16 e 17 de fevereiro deste ano, moradores Bom Futuro, localizada às proximidades da fábrica do grupo norueguês, denunciaram a presença de lama vermelha nas águas em Barcarena (PA). A empresa passou dias negando, até que laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC) confirmou a contaminação por chumbo e outros metais nas águas do município. De fevereiro até agora, já são nove ações semelhantes da Semas (entre notificações e auto de infrações), por diferentes motivos, além das multas impostas pelo Ibama que chegaram ao valor de R$ 20 milhões.
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