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Blairo Maggi muda de partido para assumir Ministério da Agricultura

Senador entra para o Partido Progressista (PP), que terá o controle da pasta num eventual governo Temer. Filiação ocorreu na tarde desta quarta-feira.  

Daniele Bragança ·
11 de maio de 2016 · 8 anos atrás
Salada Verde
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O presidente do Partido Progressista de Mato Grosso, deputado federal Ezequiel Fonseca, abona a ficha de filiação do senador Baliro Maggi (último a direita). Foto: Divulgação/PR.
O presidente do Partido Progressista de Mato Grosso, deputado federal Ezequiel Fonseca, abona a ficha de filiação do senador Baliro Maggi (último a direita). Foto: Divulgação/PR.

O senador Blairo Maggi se filiou na tarde desta quarta-feira (11) ao Partido Progressista (PP), num movimento que o deixa mais próximo de assumir o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) caso a presidente Dilma seja afastada. Nas negociações em torno dos cargos, o PMDB, que domina o MAPA desde o começo do governo Dilma, abriu mão da pasta em prol do PP.

O mesmo movimento de troca de partido para assumir cargos no executivo foi feito pela ainda ministra Kátia Abreu, que saiu do PSD para o PMDB para assumir o MAPA.

Do ponto de vistas de mudanças na postura do ministério, não haverá grandes reviravoltas, já que a Agricultura sempre foi comandada por ruralistas.

Assim como a atual ocupante do cargo, Blairo Maggi é um político controverso, visto como inimigo pelos ambientalistas. Apelidado de “estuprador de florestas” e ganhador do prêmio Motosserra de ouro em 2005, o ex- governador do Mato Grosso tentou melhorar sua imagem ao adotar uma série de medidas para conter o desmatamento em seu estado, entre elas a moratória da soja e da carne. No entanto, como parlamentar, continuou a defender a expansão do agronegócio e a flexibilização da legislação ambiental.

Recentemente, Blairo foi o relator em duas propostas polêmicas: o projeto de lei do senador Romero Jucá, que acelera a liberação de licenças ambientais para grandes empreendimentos de infraestrutura, e a Proposta de Emenda à Constituição que acaba com o licenciamento ambiental no país. Ambas ganharam pareceres favoráveis para continuar a tramitação: o senador afirmou que os projetos traziam segurança jurídica ao setor econômico.

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 7

  1. clovis borges diz:

    O loteamento de cargos públicos para atendimento a interesses setoriais é consequência da gestão por loteamento de cargos que o regime atual praticamente impõe ao gestores públicos. É equivocada a ideia de que um cargo importante como o do MAPA tenha a sua frente um representante radicalizado do setor. Este fará de tudo para impor suas posições, mesmo que dissonantes do que represente o interesse público. Assim, a avaliação rasa de que esses posições são apenas feudos para atendimento de interesses próprios precisa mudar urgentemente. Mas isso só poderá acontecer com uma reestruturação da forma com a qual a política partidária é hoje trabalhada. O Brasil é refém de setores que exacerbaram na imposição de seus interesses, atacando governos frágeis e sem personalidade nem lideranças para medir até onde cada um pode ir sem destruir o jardim do vizinho. Ruim a indicação pelo recorrente mau currículo do indicado. Continuando essa prática, de uma forma ou outra estaremos perdendo espaço para uma agenda de desenvolvimento saudável e abrindo cada vez mais um buraco de passivos construídos a partir de vantagens indevidas que hoje são a cara de nosso País.


    1. Ebenezer diz:

  2. Ebenezer diz:

    Normal um cara do agri-business no MAPA. Queriam quem, um instrutor de moto-escola? Quanto auê por nada!!!


  3. Francisco-SINOP diz:

  4. Souza Santos diz:

    Por enquanto mais do mesmo. Só esperemos que não fique ainda pior do que já está.