Salada Verde

Barragem em Brumadinho causou perda de 125 hectares de florestas, diz WWF

ONG analisou imagens de satélite de antes e depois da tragédia para estimar o impacto do rompimento da barragem na cobertura florestal

Daniele Bragança ·
29 de janeiro de 2019 · 5 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Além de dezenas de vidas, o rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, MG, causou a destruição de 125 hectares de florestas. É como se 125 campos de futebol tivessem sido cobertos pela lama. A análise foi feita pelo WWF-Brasil, que usou imagens de satélite da ruptura e mapas anteriores à tragédia para estimar o impacto sobre a cobertura florestal.

A área onde ocorreu o rompimento é de formação florestal de Mata Atlântica em transição para Cerrado, que começa a poucos quilômetros rio abaixo. Considerando a área de lama registrada no dia 27, a perda de habitat afetou, inclusive, blocos de florestas, fragmentando-os e dificultando a conectividade dessas áreas.

A ONG cruzou dados do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas) de 2017 e imagens de satélite divulgadas no domingo (27) pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Defesa Civil Nacional e International Charter Space & Major Disasters.

“O setor de mineração precisa pesquisar e investir em processos de menor impacto e risco, como nos processos secos, que não envolvem barragens de rejeitos e promovem uma mudança em todo o sistema de produção. Essas mudanças urgentes devem ser impulsionadas por fortes regulamentações ambientais “, afirma Mauricio Voivodic, Diretor Executivo do WWF-Brasil.

Veja os mapas:

Área afetada pela lama.
Este mapa utilizou dados de um satélite de radar Canadense, que foi primeiro a imagear a cena no do desastre no final da tarde do dia 26/01. Com base nesta imagem e com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, foi delimitada a área atingida pela lama.
Já este mapa utilizou um satélite alemão de alta resolução, que foi capaz de imagear o desastre na manhã do dia 27/01. Os limites da área atingida por esta imagem tem por objetivo orientar as equipes de resgate aos locais onde haviam edificações. Também foram fornecidas as coordenadas de cada uma dessas edificações para as equipes de resgate.

 

 

Leia Também 

Engenheiros que atestaram segurança de Brumadinho são presos

Lama de Brumadinho deve chegar ao rio São Francisco em até três semanas

“As mineradoras em Minas fazem o que bem entendem”, diz jornalista que escreveu livro sobre Mariana

 

  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Reportagens
26 de janeiro de 2019

“As mineradoras em Minas fazem o que bem entendem”, diz jornalista que escreveu livro sobre Mariana

A jornalista Cristina Serra diz que a falta de fiscalização das barragens é proposital e tem origem nos laços entre políticos e empresários

Notícias
28 de janeiro de 2019

Lama de Brumadinho deve chegar ao rio São Francisco em até três semanas

Relatório do serviço geológico afirma que rejeitos devem chegar à usina hidrelétrica de Três Marias, no rio São Francisco, entre os dias 15 e 20 de fevereiro

Notícias
29 de janeiro de 2019

Engenheiros que atestaram segurança de Brumadinho são presos

Cinco mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta terça-feira contra engenheiros e funcionários que garantiram a segurança da Barragem que rompeu em Minas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 2

  1. Paulo diz:

    Ainda bem que somente"parece", sra. Michelle.
    Com certeza a preocupação é por tudo e todos.


  2. Michelle diz:

    Os ambientalistas parece que estão mais preocupados com a mata e o boi atolado do que com o povo que morreu.