Pedro Cunha e Menezes, diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, foi exonerado ontem do cargo. Na prática, ele saiu nessa quarta, 27. No seu lugar, assumiu Giovanna Palazzi, ex-gerente de projetos do Departamento de Áreas Protegidas no Ministério do Meio Ambiente. Há rumores de que essa será a primeira de pelo menos três demissões no segundo escalão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Boatos sobre a troca de Menezes circulam pelos corredores de Brasília e pela comunidade ambiental pelo menos desde janeiro. Fontes próximas a ((o))eco também alertaram para a mudança. Em seguida, dá-se como certa a saída de Silvana Canuto e Marcelo Marcelino de Oliveira.
Pedro Menezes assumiu o cargo de diretor Criação e Manejo de Unidades de Conservação com uma ideia fixa na cabeça: defender o uso público dos parques nacionais. Ganhou adversários dentro do Ministério do Meio Ambiente entre aqueles que defendem que o uso público deve ser feito com cuidado e só em parques que contam com estrutura ideal.
Pedro foi um dos padrinhos do projeto Transcarioca, uma trilha de 150 quilômetros de extensão que não só cruza o Parque Nacional da Tijuca como o liga a Unidades de Conservação estaduais e municipais no Rio de Janeiro. O trajeto final levaria o andarilho do Pão-de-Açúcar até Guaratiba.
A repórter de ((o))eco, Duda Menegassi, entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano, percorreu parte do trajeto e dividiu suas experiências com os leitores no blog Todos os caminhos da Transcarioca.
Em entrevista a ((o))eco em setembro do ano passado, Menezes falou sobre a abertura dos parques e sobre o projeto que ajudou a montar.
Antes de fazer parte da equipe do ICMBio, Menezes foi colunista de ((o))eco desde a criação do site, em 2004. Suas colunas em que explorava e analisava parques nos quatro cantos do mundo ganharam um blog próprio dentro do ((o))eco, o Palmilhando. Durante dois anos, de 1999 a 2000, foi Chefe do Parque Nacional da Tijuca.
Ele também é um diplomata de carreira. Em 2011, completou o Curso de Altos Estudos em Diplomacia do Itamaraty com tese sobre administração de parques transfronteiriços, baseada em pesquisa feita durante sua estada como Consul brasileiro na Cidade do Cabo, África do Sul.
A Fila anda
Silvana Canuto é a atual diretora de Planejamento, Administração e Logística do ICMBio. Consta que já se despediu de parte da equipe. Marcelino, diretor da Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade, equilibra-se no cargo desde o ano passado.
Notícias desencontradas sobre possíveis demissões são a norma em época de troca de equipe. Desde o começo da gestão do presidente Roberto Vizentin, em abril de 2012, não houve mudanças no quadro das diretorias. Servidores ligados a diferentes grupos também plantam notícias para que futuros nomeados estejam entre os seus. Nada é dito publicamente. A possível demissão de Canuto e Marcelino por enquanto é especulação.
Leia Também
Pedro Menezes: “Impedir o uso público dos parques é descumprir a lei”
Todos os caminhos da Transcarioca
Roberto Vizentin é o novo presidente do ICMBio
Saiba Mais
Diário Oficial da União – Exoneração de Pedro de Castro da Cunha e Menezes.
Leia também
Organização inicia debates sobre a emergência climática nas eleições municipais
“Seminários Bússola para a Construção de Cidades Resilientes”, transmitidos pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, começaram nesta segunda e vão até sexta, das 18 às 20h →
Encurraladas por eucalipto, comunidades do Alto Jequitinhonha lutam para preservar modo de vida comunitário
Governo militar, nos anos 1970, fomentou a implantação de monocultivos de eucaliptos para fornecer matéria-prima ao complexo siderúrgico →
Da contaminação por pó de broca à luta ambiental: a história de um ambientalista da Baixada Fluminense
Em entrevista a ((o))eco, o ambientalista José Miguel da Silva fala sobre racismo ambiental, contaminação e como é militar pelo meio ambiente em um município da Baixada Fluminense →