Depois de quase uma semana escrevendo sobre unidades de conservação, no CBUC (Curitiba) , nada melhor do que passar da teoria à prática e visitar uma delas. Quem chega ao Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa (PR), nota logo de início algo fora do convencional: há guaritas, estacionamento, centro de visitantes, funcionários. Uma infraestrutura de dar inveja.
A visitação responde por metade de seu orçamento anual. Veículos particulares ficam no estacionamento, não circulam em seu interior, o que evita muita dor de cabeça. Os turistas são levados até o início das trilhas sinalizadas e calçadas em microônibus, e podem escolher entre os roteiros das furnas e Lagoa Dourada e dos maciços de arenito, ou ambos. O passeio completo sai por nove reais. Não ouvi ninguém reclamando do valor.
Percorrer os caminhos que margeiam as imponentes estruturas de pedra é arrebatador. São amostras sólidas da movimentação de antigos mares e geleiras, refinadas pelo cinzel das chuvas e dos ventos. Formações mutantes há milhões de anos cujos ângulos projetam animais, índios, garrafas, botas e esfinges. Uma taça perfeita lembra a lenda da ltacueretaba, a “cidade extinta de pedras” dos apiabas.
A infraestrutura instalada no parque estadual pode atrair críticas de biólogos, pelas vias de asfalto e elevadores que podem voltar a descer em áreas onde nidificam andorinhões, por exemplo, mas também provoca reflexão sobre como incentivar a visitação e obter dinheiro para manter áreas protegidas e sua biodiversidade.
Também me traz ao pensamento o potencial turístico da Cidade de Pedra encravada nas serras próximas a Pirenópolis e Cocalzinho, em Goiás, sufocado por disputas judiciais e inoperância governista.
Para completar a viagem virtual por Vila Velha, confira o vídeo acima e explore o mapa abaixo. clicando nos pontos azuis e usando o zoom no canto esquerdo superior.
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