Na Turquia, a uns 800 km ao sul de Istambul, existe um dos mais incríveis (e famosos) monumentos naturais do planeta: os travertinos de Pamukkale. É um paredão de rochas calcárias totalmente brancas (quer dizer , que costumavam ser) por onde escorrem cascatas de água tépida que brotam no topo do rochedo. Ali, ao redor das nascentes, já se concentravam os Romanos, que instalaram no planalto a cidade de Hierapólis, com termas, teatro e uma população de 10 mil pessoas.
Pamukkale é um dos principais destinos turísticos da Turquia, por isso mesmo o local sofre uma pressão tremenda. Até os anos 90, o acesso às piscinas naturais era liberado, o que causou o enegrecimento de algumas partes do rochedo e também atrapalhou a deposição do calcário para a formação de novos travertinos.
O governo de Denizli, onde está situado Pamukkale, proibiu a natação de milhares de turistas nos travertinos. Construiu umas piscinas para saciar o desejo do pessoal de um banho nas águas quentinhas e cristalinas. Ainda assim é difícil conter a turma que quer subir nas encostas ou entrar nas banheiras naturais. Na foto abaixo, dá para ver as área onde antes era permitido nadar e como estão enegrecidas
Eu estive lá no mês de agosto e fiquei impressionado com a beleza do lugar. Mas fiquei também com a impressão de um turismo predatório às custas da natureza. A entrada de 20 liras turcas (10 euros) não parece contribuir para manter a beleza de Pamukkale. Não há uma explicação sobre como os turistas devem se comportar e por onde andar. Há apenas 2 ou 3 guardinhas apitando e gritando em turco com quem entra na piscina errada ou não foi informado que é para tirar os sapatos. Abaixo mais fotos do passeio.
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