Um rio de águas barrentas invade ruas e deixa apenas uma árvore a amostra. A cena registrada pela jornalista Fernanda Melonio na última terça-feira (18) aconteceu em frente ao escritório da ONG WWF-Brasil em Rio Branco, capital do Acre. A semana foi de chuvas fortes em quase toda região do estado. As cheias no rio Madeira, no estado vizinho, interromperam a circulação de veículos na única estrada que liga o estado ao resto do país, a BR-364, na altura do município de Jaci-Paraná, em Rondônia. No fim de semana, a rodovia havia sido liberada para caminhões, mas o rio Madeira voltou a subir, atingindo 18, 51 metros nesta terça-feira, de acordo com a Agência Nacional das Águas. Pelo menos 4 pontos da BR-364 continuam alagados.
O governo do Acre já contabiliza 1308 pessoas desabrigadas. Na sexta (21), a concessionária Eletrobras Distribuição Acre suspendeu o fornecimento de energia elétrica em 4 municípios acreanos – Rio Branco, Sena Madureira, Cruzeiro do Sul e Manoel Urbano -, e retirou medidores de 633 residências inundadas pelas cheias nos rios Acre, Iaco e Juruá. A empresa justificou as retiradas por motivo de segurança “para preservar a vida dos consumidores, técnicos que trabalham no local e as equipes da Defesa Civil”.
Desabastecimento
Por enquanto, o governador Tião Viana (PT) descarta a possibilidade de desabastecimento, mas já se adiantou entrando em contato com autoridades peruanas para garantir o abastecimento de combustível, caso a medida seja necessária.
O governo federal cedeu o uso de viação da FAB para transportar produtos perecíveis, como hortifrutigranjeiros e manter o estoque da região. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fizeram sua parte priorizando a passagem de carretas e caminhões carregados com combustível e alimentos pela BR-364. Tudo para evitar que a população sofra com a falta de produtos e comida.
Nesta terça, uma reunião com os ministros da Integração (MI), Francisco Teixeira, e da Defesa (MD), Celso Amorim, o governador de Rondônia, Confúcio Moura, o vice-governador do Acre, César Messias, e o senador Jorge Viana avaliou a cheia que castiga os dois estados da federação.
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