Notícias
31 de agosto de 2005

Os ventos do Sul

Na noite do dia 29 de agosto a cidade gaúcha de Muitos Capões foi atropelada por ventos de até 220km/h. Um morador disse ao jornal Zero Hora (gratuito) que o primeiro sinal da chegada do tornado foi o estrondo provocado pela queda de araucárias numa mata próxima. Em 30 segundos, a cidade estava arrasada,com 83 construções danificadas e 14 pessoas feridas. No resto do estado, 60 mil pessoas ficaram sem energia. Em Porto Alegre choveu sem parar. Mas segundo o serviço de meteorologia, ainda tem um ciclone extratropical a caminho do Rio Grande do Sul, que deve começar a fazer estragos a partir de quinta-feira à noite. Os ventos devem chegar a 100km/h.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005
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31 de agosto de 2005

Amazônia pega fogo

Três focos de incêndio próximos a Serra dos Carajás, no Pará, destruiu uma área de floresta amazônica equivalente a 600 campos de futebol. Como conta O Globo(gratuito), a razão é a de sempre: a insistência dos fazendeiros de realizarem queimadas no período mais seco na região norte.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005
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31 de agosto de 2005

O inferno é aqui

Uma onda de calor se abateu sobre o Rio de Janeiro em pleno inverno e levou os termômetros a marcarem temperaturas acima de 40 graus. Como disse o coronel do corpo de bombeiros Marco Aurélio Silva a O Globo, a floresta parece que tem gasolina. O clima seco colaborou para o surgimento de 105 focos de calor em todo estado. Incluindo áreas no Parque Estadual da Pedra Branca e no entorno do Parque Nacional de Itatiaia.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005
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31 de agosto de 2005

Pobre Barra

A câmara dos vereadores do Rio de Janeiro derrubou o veto do prefeito que não permitia alterações nas regras de construção na Área de Proteção Ambiental do Parque de Marapendi. O que significa sinal verde para empresários portugueses e espanhóis privatizarem um dos últimos espaços verdes da Barra da Tijuca e transformá-lo em dois “ecoresorts”. Pela matéria de O Globo, a única área certa a continuar com acesso irrestrito à população será um campo de golfe, que ao ser construído vai alterar a vegetação local.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005
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30 de agosto de 2005

Boca livre

 A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) completou 25 anos. Foi assinado por oito países que têm parte de seu território na região para defender a floresta e promover o desenvolvimento sustentável, mas durante todo esse tempo, não fez nem uma coisa nem outra. “O tratado nunca foi encarado como prioridade, pelo menos no Brasil”, diz o advogado Raul Valle, que acompanha a questão no Instituto Sociambiental (ISA) . A falta do que celebrar não impediu que o Itamaraty desse uma festa para comemorar a data. O TCA serviu de motivo para a diplomacia se divertir.

Por Carolina Elia
30 de agosto de 2005
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30 de agosto de 2005

Pena

O Itamaraty, lembra Roberto Smeraldi, da Ong Amigos da Terra , deveria se esforçar mais para fazer o TCA andar. Primeiro, porque é um dos poucos tratados diplomáticos do mundo com foco em meio ambiente. Depois, porque, sua secretaria permanente, criada há dois anos, está em Brasília, sinal da importância do país no tema.

Por Carolina Elia
30 de agosto de 2005
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30 de agosto de 2005

Candura

Para variar, a terça-feira foi um dia de sinceridade ímpar na Câmara dos Deputados. Em audiência pública, Cristiano Krok, presidente da Engevix, empresa que assinou relatório de impacto ambiental ignorando a existência de 4 mil hectares de Mata Atlântica primária em área que está sendo alagada pela usina hidrelétrica de Barra Grande , no Rio Grande do Sul, admitiu que não houve incompetência. Foi desleixo mesmo. O estudo foi superficial, feito a partir de imagens de satélite e sem qualquer visita à campo. A tal “mancha verde” que se via nas fotos só preocupou os técnicos da empresa depois que ambientalistas começaram a denunciar seu crime ambiental. Krok continua solto, a Engevix continua funcionando e a Baesa, consórcio responsável pela usina, ganhou na Justiça o direito de pô-la para funcionar

Por Carolina Elia
30 de agosto de 2005
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30 de agosto de 2005

A multa subiu

O governo federal se animou com os resultados no combate ao desmatamento na Amazônia e resolveu multiplicar por cinco a antiga multa que era aplicada em quem corta árvore em área de reserva legal, aquela porção de floresta que todo proprietário rural é obrigado a manter de pé em suas terras. Já não era sem tempo. O antigo valor da pena, de 1 mil reais por hectare derrubado, não estava assustando mais ninguém.

Por Redação ((o))eco
30 de agosto de 2005
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30 de agosto de 2005

Acidentes acontecem

De Francisco GondinAcabo de ler a coluna de Ana Araujo. Ótima. Sou médico-anestesiologista e pratico o montanhismo. Tenho 42 anos. Em tempos idos, cheguei a elaborar uma conduta em que, como deve ser, haveria uma co-participação entre o PNT, o Corpo de Bombeiros e o IML. Não seria para dar dura em ninguém. Seria a testagem para álcool e outras drogas em todo o caso de acidente fatal pelo menos. Acontece que hoje o PNT virou área de caça, nada se faz pelo esgoto que escorre das torres do Sumaré, não se incentiva a coleta seletiva do lixo - tão bom e tão simples - etc. Neste contexto, fica difícil imaginar que se faça alguma coisa por aquele que se acidenta, fortuitamente ou não.

Por Redação ((o))eco
30 de agosto de 2005
Análises
30 de agosto de 2005

Vale o mais restritivo?

De André Rocha FerrettiEng. FlorestalCuritiba-PRPrezado Editor,Antes de mais nada, quero parabenizá-lo e a toda a equipe de “O Eco”, pelo brilhante trabalho. Sou leitor e divulgador do site.Na última coluna do Paulo Bessa, que por sinal trata de um assunto muito importante e interessante, penso que ele acabou usando exemplos infelizes no quinto parágrafos. Seria bom ele ter lido a coluna da Maria Tereza Pádua (Argumentos espúrios)antes de ter escrito o texto. Tenho certeza que ao escrever a coluna o Paulo Bessa teve a melhor das intenções, mas como ele mesmo falou: “... Entretanto, está inteiramente fora da minha pouca competência falar sobre manejo de fauna ou flora, motivo pelo qual jogo a toalha e retomo o ponto central do artigo”.Porém, mesmo falando a frase acima, ele cita o fato de que coelhos europeus introduzidos na Austrália acabaram formando superpopulações e causando sérios problemas. Isso é verdade e precisa mesmo ser divulgado para que erros como esses não se repitam. No quarto parágrafo o autor transcreve um trecho de um artigo científico, que fala sobre a introdução de um vírus “... que ocorre naturalmente em coelhos (Sylvilagus brasiliensis) na América do Sul, provocando uma infecção relativamente benigna (pequenos tumores e mortalidade muito baixa). Em coelhos europeus e australianos esse vírus provoca doença letal com lesões graves. Na década de cinqüenta a população de coelhos na Austrália (Orytolagus cuniculus, descendentes de indivíduos trazidos da Inglaterra) era estimada em centenas de milhões. Como medida de controle populacional, foi introduzido o vírus da mixomatose naquele País. Após alguns anos da dispersão do vírus a população de coelhos reduziu-se a cerca de 1% do seu tamanho anterior.”É importante destacar que todo vírus apresenta taxa de mutação altíssima. Um vírus introduzido pode atacar outros animais nativos da Austrália, e causar um estrago ambiental muito maior do que aquele provocado pela superpopulação de coelhos exóticos. Esse tipo de intervenção pode, por exemplo, destruir populações inteiras de pequenos mamíferos nativos. O problema com os coelhos foi causado pela introdução de um animal exótico, e o “remédio” apresentado pelo colunista foi exatamente o mesmo, ou seja, introduzir uma outra espécie exótica (no caso um vírus). Certamente quando o coelho foi introduzido, não se pensava ou não se sabia o problema que poderia causar no futuro. O mesmo ocorre para o vírus, que num primeiro momento pode trazer um benefício (controle da população de coelhos exóticos), mas que futuramente pode provocar um desequilíbrio ainda maior. E isso, sem falar na possibilidade dos coelhos sobreviventes tornarem-se resistentes ao vírus e formarem novamente uma superpopulação ainda mais difícil de ser controlada!A introdução de toda e qualquer espécie de organismo vivo exótico em um ambiente pode provocar sérios desequilíbrios ambientais. Há uma infinidade de exemplos, e a Austrália está cheia deles. Mais informações sobre espécies exóticas invasoras podem ser obtidas em: www.institutohorus.org.br.Atenciosamente,Prezado AndréGrato pela leitura do artigo. Só quero dizer que não sugeri medida nenhuma. Ao contrário, limitei-me a transcrever um texto, de forma a possibilitar um debate específico que era sobre o problema do mais restritivo e não de "espécies exóticas". A única "espécie exótica" sobre a qual posso arriscar alguns palpites é a dos juristas. Quanto às demais, "reservo-me o direito de falar em juízo, pois estou protegido por um Hábeas Corpus" , como diriam os freqüentadores das CPIs. A crítica foi válida.Paulo

Por Redação ((o))eco
30 de agosto de 2005