Uma releitura ecológica do Brasil
“A Ferro e Fogo”, de Warren Dean, completa 10 anos e continua fundamental para entender o que aconteceu no meio ambiente do único país que tem nome de árvore. →
“A Ferro e Fogo”, de Warren Dean, completa 10 anos e continua fundamental para entender o que aconteceu no meio ambiente do único país que tem nome de árvore. →
De Germano Woehl Jr.www.ra-bugio.org.br Pelo jeito os empreendedores compraram as mudinhas de árvores do viveiro errado. Essa não é única agressão contra a Mata Atlântica em SC, e nem a mais grave dos últimos meses, em termos de área destruída de ecossistemas em bom estado de conservação. Mas não é isso que eu quero comentar em seu artigo.Gostaria de sugerir a correção de dois equívocos:1) Na parte onde é mencionado que os empreendedores vão plantar outra floresta, você escreveu que a floresta resultante ficará QUASE IGUAL. Isso não é verdade, de acordo com a ciência e inúmeros exemplos. Na melhor das hipóteses a plantação de araucária ficará MUITO DIFERENTE do ecossistema destruído. Passar essa idéia (errada) para a sociedade acaba justificando a destruição dos 0,alguma coisa% que restam da floresta de araucária (se fica "quase igual", qual é o problema em destruir? A gente planta outra!). Isso é péssimo para justificar a conservação do que resta de nossos ecossistemas, pois a população já confunde os ecossistemas como uma mera plantação de árvores ou de alfaces.2) "...truta, sinal de que ainda está bastante limpo". Se ali tem truta, significa que o rico ecossistema do rio já ERA, há muito tempo. A criação de trutas é altamente nociva ao frágil ecossistema dos rios e riachos. É assustador que os órgãos ambientais não apliquem a legislação para esta atividade mundana. Só de hormônios são aplicados 5 tipos diferentes e mais uma dezena de potentes antibióticos. Esse coquetel todo vai rio abaixo, trazendo conseqüências imprevisíveis aos organismos, aquáticos ou não, e muitas vezes esta água é servida à população. Isso não é nada, comparado ao fato que, infelizmente, não existe um hormônio capaz de diminuir o apetite voraz das trutas pelos girinos dos nossos anfíbios e de outros organismos, como peixes (nativos!) e crustáceos.Num rio como aquele, deveria ser utilizado para reprodução por, pelo menos, 15 espécies de anfíbios, sendo que três delas com vida permanente ao longo do seu leito - e, neste caso, até rãzinhas jovens e adultas servem de ração para as trutas. Portanto, truta não é de jeito nenhum indicador de qualidade de água, mas sim indicador de uma sociedade egoísta, cruel e impiedosa, que pouco se importa com o direito à vida de todos os organismos.No primeiro caso, o fato de colocar "alguns séculos" já causa um certo impacto. Mas você deve concordar que daqui há alguns séculos é o prazo para comprovarmos asprevisões catastróficas da ciência: o colapso de um ecossistema que fora desequilibrado no passado (hoje). Aliás, vi recentemente exemplos de florestas plantadas há 30 anos: colapsaram. Estas florestas estavam bem isoladas de qualquer fragmento. O experimento comprovou que só se recuperaram as áreas próximas a fragmentos, ou seja, a recuperação só funciona quando é feita pelos bichos - e pelo vento, em alguns casos (não ficou evidente se a "ajuda" do homem foi realmente necessária).Quanto às trutas, o problema é que a maioria da população, especialmente no sul, não sabe dessas exigências; tampouco sabe das exigências dos girinos de algumas espécies de anfíbios. Então, é compreensível o fato de você ter usado esse exemplo. →
Os esparramados subúrbios americanos podem prejudicar a saúde, diz estudo.Esses bairros baseados em casas espaçosas e dependência total do carro aumentam o risco de ter artrite, asma e problemas estomacais.Pesquisas anteriores já mostraram relação semelhante com a obesidade, pressão alta e problemas cardíacos. As causas do problema parecem estar relacionadas à poluição do ar e falta de atividade física. Em contraste, os moradores de áreas urbanas e densas são mais saudáveis. O estilo de vida dos subúrbios americanos foi bem caracterizado no filme Beleza Americana , ganhador de 5 Oscars. Não é à toa que o personagem principal, vivido por Kevin Spacey, queria mudar de vida. Washington Post (gratuito, pede cadastro). →
De Ciro Fernando SiqueiraCaro Marcos,Li o teu artigo sobre a Hidrelétrica de Barra Grande. Tu mostras com maestria, como bom jornalista que és, uma versão do fato. Faz um desafio a você mesmo: tenta escrever um outro artigo, com o mesmo número de palavras, tentando mostrar o outro lado. Tenho quase certeza que tu vais →
A indústria de automóvel está apavorada com uma lei aprovada na Califórnia contra a poluição do ar. Nos próximos 11 anos, os carros vão ter que diminuir drasticamente a emissão na atmosfera de gases associados ao aquecimento global. Isso significa que o setor automobilístico americano vai ter que desenvolver veículos mais limpos se quiser continuar a reinar no mercado da Califórnia, o estado que mais compra carro nos Estados Unidos. A lei foi aprovada na sexta-feira e foi matéria de capa do New York Times (gratuito, pede cadastro). →
Atenção responsáveis por projetos na área ambiental: encerra-se na sexta-feira, 1° de outubro, o prazo para inscrição na 9ª edição do Prêmio Ford Motor Company de Conservação Ambiental. Podem concorrer projetos desenvolvidos por ONGs, universidades e instituições de pesquisa, órgãos e agências governamentais, empresas privadas e indivíduos. São cinco categorias: Conquista Individual, Negócios em Conservação, Ciência e Formação de Recursos Humanos, Iniciativa do Ano em Conservação e Educação Ambiental. O vencedor de cada categoria recebe 20 mil reais e tem seu projeto divulgado pela Ford e pela Conservação Internacional (CI-Brasil), parceria na organização do Prêmio. O regulamento e os formulários de inscrição estão no site da CI-Brasil. →
Em geral, alemão coroa é preso no Brasil por envolvimento com turismo sexual. Mas Carsten Hermann Rollof de 58 anos, cientista que mora na Suíça, foi flagrado com aranhas – os insetos – conta reportagem de O Globo (gratuito, pede cadastro). Ou melhor, foi pego com 500 ovos de aranhas. Tratava-se de um caso de pirataria biológica. Rollof aportou em Mato Grosso carregando instrumentos de pesquisa como pinças, lupas e vasilhames e começou a recolher espécimes sem autorização. Logo levantou suspeitas. A Polícia Federal o seguiu por 3 semanas e o prendeu no sábado de noite em Pirenópolis, em Goiás, onde chegou vindo de Caruaru, em Pernambuco. Como no Brasil não há lei que tipifique a pirataria biológica, o alemão foi enquadrado pelo crime de tráfico de animais, que por sinal não é coisa considerada grave por aqui. A lei não exige a manutenção do delinquente em cana, mesmo quando ele é preso em flagrante. →
O Jeanne passou pela Florida e como os outros 3 furacões que antes dele bateram no estado, deixou um rastro de destruição e algumas mortes. Seis cadáveres foram retirados de escombros até agora e 1 milhão de pessoas estão sem energia, informa o Miami Herald (gratuito). O furacão também produziu exagerada erosão na linha costeira do estado no Golfo do México. Algumas praias foram trasnformadas em muralhas de areia. →
Trinta anos de pesquisa mostram que passamos dos limites da sustentabilidade. A sociedade sustentável ainda é possível, mas precisamos acelerar as mudanças. →
A tormenta tropical Jeanne, que arrasou com o Haiti, virou oficialmente um furacão e ruma para a Flórida. Virou rotina. Vai ser o quarto furacão a atingir o estado americano em 6 semanas. Uma freqüência que não se repete desde 1886, segundo o New York Times. Jeanne deve chegar ao litoral da Flórida sábado à noite e vai passar entre Miami e Cabo Canaveral, onde são feitos os lançamentos da Nasa. Em entrevista ao Miami Herald, o vice-diretor do Centro Nacional de Furacão dos Estados Unidos disse que Jeanne pode causar os piores estragos da temporada →