Fotografia

A majestosa onça-pintada do Pantanal

Fotógrafo congela frente ao grande felino. Única coisa que não parou foi seu dedo, que disparava fotos sem parar. Região é santuário de vida no Centro-Oeste.

Palê Zuppani ·
30 de janeiro de 2009 · 15 anos atrás

Os momentos acima retratam o que mais buscava durante a expedição ao Pantanal: encontrar uma onça-pintada (Panthera onca) na natureza. Sempre soube que é muito difícil topar com uma delas, mas estava cheio de disposição.

Sair para uma viagem dessas necessita de muita preparação: equipamento fotográfico; mapas; guias; roteiros; e, nesse caso, boa dose de sorte. E ela começou logo em Poconé (MT), onde embarquei em um monomotor para chegar ao meu destino, um rancho bem no meio do Pantanal. Era época da cheia e a região próxima ao Rio Cuiabá e ao Parque Estadual Encontro das Águas transbordava. Isso facilitava a procura pelas pintadas, já que os únicos pedaços de terra seca eram as margens dos rios.

Foram dez dias de longas esperas e procuras debaixo de um sol arrebatador e frente a muitas outras cenas interessantes. A fauna pantaneira é exuberante – macacos, jacarés, aves em meio a um oceano de água doce. Nesse período, foram consumidos cerca de 500 litros de gasolina, navegando atrás do maior felino das Américas. No total, encontrei oito onças diferentes, quatro delas em boas poses e condições para fotografia. Mas, como sempre, alguns episódios são especiais.

O barco seguia pelo rio com nossos olhos sempre cravados nas margens, procurando, até que duas onças são avistadas em cima de uma árvore. O guia, que já fora caçador de onças, avisa que dei sorte: as onças estão cansadas e acabaram de subir na árvore, estão molhadas. Diz que, provavelmente, se alimentaram de um jacaré e agora querem descansar. Nos aproximamos até a margem, encostando na àrvore, onde consegui ver que era uma mãe e um grande filhote. Ambos estavam molhados e com alguns machucados, provavelmente vestígios da luta com o jacaré. Não se mostraram preocupados com o barco, queriam apenas dormir.

Meu corpo todo congelou diante de tão grande felino. A única coisa que não parou foi o dedo, que disparava fotos sem parar. Foram 40 minutos intensos, mas que passaram rápido demais. Após o encontro com as onças, a satisfação era grande. Logo senti que estava satisfeito com a viagem e imaginei que, por aquele resto de dia, não fotografaria mais. Puro engano! Após mais uma curva de rio, avistei algumas aves. Dedos e olhos novamente a postos…

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