– É caro, quando se pensa que seriam necessários EU$ 80 milhões para plantar esses 50 milhões de árvores. Mas é barato quando se imagina que isso é apenas um terço do que custa um caça equipado usado nas guerras como a do Iraque, argumenta Sebastião Salgado. – E a recomposição da mata pode ser eterna, o caça sai para uma operação, é derrubado e acaba, completa Lélia Salgado. O projeto, iniciado em 2000, já está maduro. Por outro lado, nem começou ainda. Os dois fazem parte de uma minúscula tribo, em extinção no Brasil e rara mundo afora, de pessoas que pensam a longo prazo. Sabem que a mata, para se recompor, levará algumas décadas. Já falam em um projeto de 50 anos para a bacia do rio Doce, num mega-mutirão para plantar um milhão de árvores por ano. Estão no primeiro terço de um projeto fotográfico de 30 reportagens, que deve durar oito anos. Quem já viu as fotos que Sebastião fez em Galápagos, já tem uma boa idéia do que será o projeto Gênesis, quando ficar completo. Mas nem tudo é só espera. Já é possível ver o impacto dessa subversão ecológica no microclima da Fazenda Bulcão, que foi do pai de Sebastião, e que ele e Lélia estão desconstruindo, palmo a palmo, para refazer a mata. A água, que estava desaparecendo, voltou. O córrego Bulcão, que nasce na propriedade e havia se transformado em um filete, engrossou novamente seu curso. Outra nascente, que havia secado, já está recuperada. Já é possível notar diferença de temperatura entre Aimorés e a fazenda, embora ela fique dentro da cidade. Educando a Espécie
Leia também
Estados inseridos no bioma Cerrado estudam unificação de dados sobre desmatamento
Ação é uma das previstas na força-tarefa criada pelo Governo Federal para conter destruição crescente do bioma →
Uma bolada para a conservação no Paraná
Os estimados R$ 1,5 bilhão poderiam ser aplicados em unidades de conservação da natureza ou corredores ecológicos →
Parque no RJ novamente puxa recorde de turismo em UCs federais
Essas áreas protegidas receberam no ano passado 23,7 milhões de visitantes, sendo metade disso nos parques nacionais →